cinco textos que você precisa ler esse mês #1

De vez em quando, encontramos no facebook um link para um texto que um amigo compartilhou e cujo título é convidativo. E se você tiver sorte, ao clicar no link, vai encontrar um texto realmente bom que vai te tocar e você vai querer imprimi-lo e colar na sua testa.

Esses dias eu cliquei por curiosidade em um texto compartilhado no facebook e antes de chegar na metade do texto já estava desejando ter escrito o texto. Compartilhei no facebook, postei pedaços no twitter, mandei pro meu melhor amigo .... Porque texto bom é assim, dá vontade de gritar do mundo "Você precisa ler isso!". E então resolvi separar cinco textos muito bacanas para passar para frente porque coisa boa, nós temos que compartilhar certo?

This is how we date now 
iStockphoto

Esse texto é o motivo do post ter sido criado. O texto da Jamie Varon é em inglês mas vale o seu esforço (o texto é fácil de ser entendido) ou usar o tradutor para ler. Como o próprio título diz, o texto fala de como a geração Y se relaciona hoje em dia - e como as outras gerações também estão se relacionando de modo parecido influenciados pelas redes sociais e essa vibes de "não se apega não".

O texto faz questiona se nós paramos de tentar muito rápido nos relacionamentos, e como toda a exposição das redes sociais e essa cobrança de ser feliz e bonito afeta nossa auto-estima, relacionamentos e o que esperamos da vida.

"Open up Instagram and see the lives of others, the life we could have. See the places we're not traveling to. See the lives we're not living. See the people we're not dating. We bombard ourselves with stimuli, input, input, input and we wonder why we're miserable"

A tradução seria algo como: "Nós abrimos o Instagram e vemos a vida dos outros, a vida que poderíamos ter. Vemos os lugares que não estamos viajando. Vemos as vidas que não estamos vivendo. Vemos as pessoas que não estamos namorando. Nós nos bombardeamos com estímulos e nos perguntamos porque estamos miseráveis"

Xingamento
Larissa Fernandez Carvalho

Quem lê o blog com frequência ou é meu amigo já tá cansado de saber como eu gosto dos textos do Gregorio Duvivier. Para este post, eu escolhi uma das minhas crônicas favoritas dele para a coluna semanal que ele tem na Folha (a crônica também está no livro dele "Put some farofa". 

A crônica chama "Xingamento" e joga na roda a reflexão de porque quando um homem odeia uma mulher - ou uma mulher odeia outra mulher, o ataque verbal sempre vem na forma sexual: puta, piranha, vagabunda, biscate.... E mesmo na hora de xingar o homem, a gente bate na mulher: ele não é xingado de pilantra, fascista ou mau-caráter e sim, filho da puta ou chifrudo.

E como o próprio Duvivier fala na crônica, não existem xingamentos estéticos masculinos para termos como baranga, mocreia ou tribufu.

"O primeiro comentário sobre uma mulher é sempre este: feia. Bonita. Gorda. Gostosa. Comeria. Não comeria. Só que ela não perguntou, em momento nenhum, se alguém queria comê-la. Não era isso que estava em julgamento (ou melhor: não  deveria ser). Tinham que ensinar na escola: 1. Nem toda mulher está oferecendo o corpo. 2. As que estão não são pessoas piores."

Fale coisas daora para quem você ama 
È bem raro a Giovanna Ferrarezi escrever textos no blog dela, mas quando ela os faz, eu curto ler as reflexões dela sobre o momento que ela anda vivendo.

Nesse texto, assim como primeiro, ela questiona a nossa maneira de se relacionar e como a tal vibe do "não se apega não" faz com que nós queiramos ser o "que se importa menos" nos relacionamentos, já que em determinado momento isso virou sinônimo de que você é fodão por sentir menos. Se a pessoa demora vinte minutos para responder, você demora o dobro, para mostrar que é ocupado, que não está desesperado ou que dois podem jogar este joguinho.

"Não é fodão ser desinteressado, é chato. È chato porque a gente perde de viver um monte de coisa legal para entrar nesse jogo bocó. [...] Preferimos ficar trancafiados em nossos apartamentos esperando o ser humano mandar a primeira mensagem, mas ele não manda porque tá esperando que você faça o mesmo".

Para as mulheres que querem escrever 
Lélia Almeida, que é escritora, fala em seu texto sobre o que é ser uma mulher que escreve. Para quem faz uma faculdade de letras ou jornalismo, como é o meu caso e/ou simplesmente ama escrever, você vai se identificar muito nesse texto.

Ela fala das manias que nós que escrevemos temos de passar o dia observando as pessoas e imaginando histórias a partir do que vivemos no dia-a-dia graças a nossa imaginação fértil. Ela também fala da agonia de não achar o sinônimo ou o conectivo certo para a história. A nossa entrega ao nosso texto é sempre gigante <3

"O único amor possível para uma mulher que escreve é o amor que ela sente por este expediente que nos leva em intervalos curtos do céu ao inferno ao longo de uma vida. [...] (as escritoras) Precisam viajar e conhecer cidades, paisagens, cenários, pessoas e, principalmente, ouvir o ouro em pó que elas nos brindam quase sempre sem querer"

A triste geração que virou escrava da própria carreira
"Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa. Tinha pena dos meus pais que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas do interior".

Se identificou até ai? O texto da Ruth Manus (a mesma que escreveu "Por que ninguém nos ensina a amar São Paulo?") para o Estadão fala da geração que aos 20 anos ganha o que não precisa e aos 25 ganha o que os pais ganhavam aos 45. E mesmo assim, parece a "meta profissional" fica cada vez mais longe de nós, algo impossível de ser atingido. 

Trabalhamos para podermos viajar mas quando é que temos tempo de viajar? Transformamos o trabalho na prioridade, somos ambiciosos. Sim! Nós podemos dar conta. Sim! Nós podemos fazer hora extra. Sim! Podemos entregar com um prazo menor. Mas não, não conseguimos estudar para a prova da faculdade porque nosso estágio nos exige muito. E também não podemos ir no aniversário de um amigo porque ficamos até as duas da manhã trabalhando. (exemplos do texto dela).

Viramos escravos dos nossos trabalhos (geralmente justificando essa afirmação com "mas eu amo o que faço").

Espero que tenham gostado deste post e que leiam os textos <3
Bisous

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