Faz um tempo que eu não veio contar para vocês sobre os filmes que eu tenho assistido recentemente e atacar de crítica de cinema, então resolvi juntar os últimos filmes interessantes que vi e contar para vocês. Na lista temos três filmes do Oscar - dois assistidos depois do Oscar (Spotlight e O quarto de Jack) e um do Wes Anderson. Vamos ao filmes!
O quarto de Jack (Room, 2015)
Assisti Room no dia seguinte do Oscar e é um desses filmes que o quanto menos você souber melhor, então vou dar uma pincelada sobre a sinopse. Jack é um menino de 5 anos que está confinado com a sua mãe em um cativeiro, enquanto ela tenta dar uma vida normal ao filho.
Daí você já fica meio: caramba, que pesado. Passei tantos momentos do filme pensando "poderia ser eu", como eu reagiria a todo o tipo de pressão que ela passa? E quantas pessoas enquanto eu via este filme não estavam presas em cativeiro sem o nosso conhecimento?
O menino Jack (Jacob Trembley) é muito carismático e embora tenha 9 anos parece muito mais novo no filme. Se você é mãe/pai ou quer ter filhos assista já preparado para chorar horrores. Até eu que não tenho a vontade de ter filhos senti a garganta apertar em tantos momentos do filme.
Em geral o filme te prende bastante a rotina deles e em algumas horas te deixa tenso com medo do que pode acontecer. Lá para o final do filme, algumas cenas ficaram meio longas na minha opinião, mas continua um belo filme que eu indico para todo mundo. Vale ressaltar a atuação da Brie Larson que lhe rendeu um Oscar no papel de uma mãe dedicada que tenta superar todas as barreiras para criar o seu filho. Que filme!
Brooklyn (Brooklyn, 2015)
Assisti Brooklyn sem saber sobre o que se tratava, não tava esperando nada do filme mas me surpreendi com o que meu professor de cinema costuma dizer: uma bela novela da seis.
O filme conta a história da Eilis, que cansada da rotina de onde mora, se muda da Irlanda para o Brooklyn, em Nova York para tentar construir uma nova vida. O filme é basicamente uma bela homenagem aos imigrantes que ajudaram a construir os Estados Unidos. Até eu que recentemente mudei de cidade me identifiquei várias vezes com o filme. Em determinado momento do filme dizem pra protagonista uma frase que eu achei que explica muito bem sobre saudade: "A saudade é como a maioria das enfermidades. Vai fazê-la sentir miserável, e depois vai transformá-la em outra pessoa"
Esse filme também questiona onde é que realmente é a nossa casa, fala da vontade que ás vezes dá de jogar tudo pro alto e voltar pra comodidade.
Pra deixar o filme com mais cara de novela fofa das seis, a história se passa nos anos 50 e Nova York parece tão linda e longe da cidade moderna que conhecemos hoje. O figurino também é maravilhoso com tons pastéis e muito elegantes - vale a pena notar como o figurino da Eilis vai mudando conforme ela vai amadurecendo.
Spotlight - Segredos Revelados (Spotlight, 2015)
Mesmo sem ter visto o filme, fiquei surpresa quando ganhou melhor filme no Oscar, uma amiga minha até brincou "o jornalismo ganhou o Oscar". E então a pressão natural de assistir o filme que trata de jornalismo bem falado pelos amigos da faculdade se transformou em obrigação depois de terem desbancado o filme do Iñarritu da categoria melhor filme.
O filme é inspirado em fatos reais de uma investigação ganhadora do Prêmio Pullitzer (nosso oscar do jornalismo) feito pelo jornal Boston Globe que mergulhou no mundo dos abusos sexuais dentro da igreja e desencadeou uma onda de revelações ao redor do mundo.
O elenco é afiado: Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdam. A história é interessante. Os amigos falaram bem. E eu não achei grande coisa. Não que o filme seja ruim mas merecia o oscar de melhor filme?
Pra mim, a parte mais impactante foi o pós-crédito que conta os desdobramentos da investigação e mostra as cidades onde receberam denúncias de abusos - e o Brasil está na lista queridos, shame on us.
Mas de positivo gostei da atuação do Mark Ruffalo e da maneira que os abusados são mostrados no filme.
A vida marinha com Steve Zissou (The Life Aquatic with Steve Zissou, 2004)
Entediada na madrugada achei nas sugestões do netflix esse filme e como pra mim, se tem Wes Anderson não tem erro resolvi assistir o filme.
Steve Zissou é um famoso explorador subaquático que faz documentários sobre a vida no fundo dos oceanos. Sua acensão está em queda e ele resolve fazer um documentário onde terá a chance de se vingar do tubarão-jaguar que matou seu melhor amigo.
È um filme do Wes Anderson, você já espera o estilo de humor dele, umas coisas meio absurdas, simetria e cores maravilhosas. Pra quem conhece o diretor não tem nada de surpresa, e embora divertido, se arrasta um pouco da metade até o final do filme. O filme é divertido mas sou mais Viagem á Darjeeling ou Os Excêntricos Tenenbaums.
O Seu Jorge, que aparece no filme como o personagem Pelé dos Santos (uma homenagem ao Pelé e ao Garrincha) aparece várias vezes no filme cantando versões em português das músicas do David Bowie <3
Espero que vocês tenham gostado do post <3
Bisous
"O quarto de Jack" é lindo e perturbador ao mesmo tempo. Concordo quando diz que algumas partes ficaram longas e cansativas.
ResponderExcluir"Brooklyn" é uma bela história. Gosto muito do figurino e fotografia, mas não entendi porque concorreu a melhor filme.
E "Spotlight" é simplesmente incrível, e mereceu, sim, ganhar de melhor filme, em minha opinião.
Boa páscoa!
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